terça-feira, 1 de março de 2011

CAINDO NA REAL COM AS CARAMINHOLAS SAMBANDO ...

As férias acabaram e as atividades têm de começar!
Há muito não via uma platéia tão apática como a da cantora Daniela Mercury.
Mas, o que despertava a minha curiosidade era ver uma platéia gigantesca que assistia passiva. Curiosa; senão não estaria ali.
Porém a grande maioria não se deixou contagiar pela energia e pelo show desta cantora brasileira. Uma cidadã de primeira qualidade, que busca através da cultura, fazer o seu papel social. Além de tudo: linda e a pioneira das cantoras baianas do carnaval que veio para abrir o nosso.
Um privilégio que não é para qualquer cacife. Aparentemente, um investimento alto para o surpreendente novo paladar caiçara.
Ali da fila do gargarejo era perceptível ver a cantora percorrendo o olhar e analisando o “seu” público. Ela era doação pura, eles: indiferentes. Na beira do palco é que acontecia a festa de alguns brasileiros afro-descendentes - de nascimento ou de alma, que acompanharam empolgados, reconhecendo a qualidade do espetáculo.
Mas este show me botou para pensar. Será que é apenas uma questão de gosto musical? Ou há algo mais entre a terra e o céu que anda paralisando de vez os pacatos bagrinhos?
E o 62º Banho? O que foi que aconteceu? Mudaram o rumo? Acabei perdida no meio do povo e fui ficando ali no Largo da Matriz, assistindo e fotografando e não vi o cortejo oficial. Para saber como havia sido, liguei para a mana Yaka, que me contava que estava ótimo, muito cheio, irreverente, seguro e alegre como sempre. Mas, também com muita coisa feia estranha ao Bom Banho, concluiu.
De bom ela contava feliz, que viu os amigos de 30, 40 anos atrás... Eu, também! O professor Brasílio estava comemorando o aniversário de dezenove anos da sua fantasia de Bam-Bam. Sem dúvidas, o banho é o melhor do nosso carnaval. Ponto de encontro mágico. É cultura popular e festa da verdadeira democracia, da criatividade do parnanguara e da crítica bem humorada.
E a troça do Pipoca, hem? Perfeita! O Tutóia sumiu e virou Tutonoía... Lamentável. Creio que este nosso cartão postal dava muito trabalho aos Serviços Urbanos da prefeitura porque, vivia desmontando nos temporais, assim como rapidamente as brancas e libertárias velas ficavam imundas obrigando atitudes de conservação, o quê na verdade, não é um fraco local e a intempérie um musgo constante.
Encontro Teodora com os olhos faiscando. “Amiga, vc não sabe o que me aconteceu”, conta ela, a sua história. “Aqui neste desfile tem muita coisa esquisita acontecendo, tem anjos e demônios, sem fantasia”. Ela contou que estava de costas e alguém a segurou de mau jeito, com força, e sentiu um arrepio incomum. Ao virar-se, era a Morte, na fantasia do portuário e cantor Nilo, que havia tropeçado e agarrado nela. Depois acabou sendo agredida por dois ajudantes das trevas, completamente embriagados e, por fim foi salva pela figura do Pirata do Caribe.
Eu também vi e fotografei o moço na frente da catedral. Impressionante! O mais belo personagem do 62º Banho. Impecável! Parecia o Johnny Depp em pessoa. Teodora passou se esbaldando ao lado dele ladeira abaixo, dizendo que antes que a morte chegasse iria tomar o banho de mar fantasiada de pirata. Levantou o tapa-olho e piscou cheia de malícia descendo faceira a ladeira da Matriz.
Gente, para aqueles amigos que não vi, neste ano, fica a saudade... Até o próximo... Se não mudarem a rota outra vez! Eta! Carnaval esquisito...
Esta da Daniela Mercury é para elucubrar...



























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