sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pós-contato imediato.

Sempre acreditei que tudo tem o seu tempo. Às vezes, a gente faz a hora, é verdade. Mas quando as coisas acontecem assim – no tempo certo- é um tipo de sincronicidade que se estabelece. Existe uma cumplicidade no ar. As coisas fluem. A engrenagem desemperra. Deus se estabelece e a vida vira, gira, segue também para ser gozada. Como diria o meu querido leitor, Anônimo Beto. Anônimo Beto? Que belo nome para um ótimo personagem...
Estou feliz pelo meu encontro com o blog. Aqui neste espaço, sinto que estou no meu quarto. No meu ambiente. Pode ser um exagero, mas, percebo uma coisa mais intimista, menos exposta que numa folha de jornal.
O melhor é que senti o blog como um diário de fato, que pretendo levar em frente registrando alguns ângulos de vida, sob o olhar de uma mulher comum. Pero no mucho...
Aqui vou fazer os meus registros poéticos, vulgares olhares, ensaios, literatura, jornalismo, comunicação social, colagens em geral. Uma velha paixão artística. Aqui será uma vitrine para os personagens do nosso litoral, da gente boa de Paranaguá. Penso numa fila imensa. Isto aqui é muitíssimo interessante pela possibilidade da comunicação imediata com o leitor. Tudo é novo e sedutor. Amei os primeiros recados de Nani Chemure e Beto Perna. Foram os primeiros bandeirantes chegando até mim
Antes, um medo desprezível me afastava da tecnologia. Agora, me deixei encantar, por determinação. Fui me inocular. Quero experimentar o maior de todos os efeitos da tecnologia que é a comunicação rápida. Imediata.. Ainda sou uma criança perante o universo então tenho o tempo do mundo para surfar nesta onda, que nem o (Alvim) Tofler previu.
Estou feliz Pastora das Nuvens semeando olhares cúmplices...
Noite do dia 07: No meio do cochilo ouço, no Jornal da Globo, falarem do desperdício dos grãos na safra nacional. Da soja fedida perdida nas ruas de Paranaguá. Uma comparação entre o Brasil e Estados Unidos traça a espinha dorsal da minuciosa matéria mostrando as perdas entre o campo e o porto. Fui checar, no portal G1 e não encontrei a menção do nome de Paranaguá, na matéria. Como? Acho que sonhei que mais uma vez estávamos em rede nacional como mau exemplo. Que pesadelo! Foram logo traçar parâmetros de Paranaguá com o primeiro mundo americanizado.
Tarde do dia 08 : Lá fora o céu lilás é incendiado no fim do dia. O céu estava encerrando o expediente, escandaloso, com finos véus de chiffon. Acácias mimosas salpicam o meu horizonte...
Há uma estranha combinação no ar quente e a cigarra canta que o caranguejo está correndo. Amanhã é dia.

Como eu gosto de Paranaguá em época de caranguejo. É quando Paranaguá é mais Paranaguá. Penso em reunir amigos para promovermos o banquete caiçara. Nesta gastronomia, tudo ainda é muito primitivo. Ancestral. Reluto em promover o festim porque o difícil é ouvir os bichos morrendo na água fervente. Inicialmente, matava um por um com uma faca e um soquete de feijão. Achava mais humano. Hoje, delego o cozimento dos crustáceos, enquanto dou uma volta no quintal. O quê os ouvidos não percebem, a consciência não sente na hora de chupar as patinhas gostosas, de “zoinho” fechado. Vou ver o ninho da tigitica dentro do coco.