quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Construção de um sonho...

... Domingo de sol e de calor latejante. Tem casamento em Alexandra neste dezembro, ainda, primaveril. Tempo de o Jacatirão enfeitar a estrada que leva ao distrito. O pequeno lugar foi colonizado pelos italianos, no século 19. Entre os pioneiros, estão os Zella, cuja chácara está, hoje, com o descendente Vamir, para onde nos dirigimos.
Num cenário digno de filme americano fui cobrir o casamento da Adriana e Vamir, assim como documento tantas fotos estórias - históricas, acabei, mais uma vez ganhando uma especial. Cada evento é o seu próprio conto de fadas. Basta acreditar, confiar e entregar nas mãos de Deus. Pelo depoimento dos noivos, acontecia naquele dia, uma verdadeira manifestação de vitória. Do amor, da perseverança, da lealdade, da justiça...
O casamento era muito aguardado. Desejado.
Como especial, o dia resolver presentear os nubentes e só desaguar a chuva ensaiada, no sábado, para quando todos já buscavam o descanso dominical. Generosidades de um Pai Amoroso que não gosta de decepcionar filhos queridos. O casal realizava com júbilo, aquela boda, para a honra e glória de Deus, nas palavras, dos donos da festa. Eles se manifestaram de um jeito muito simples e bom, com valores difíceis de encontrar nos dias de hoje.
A trilha sonora era mais que perfeita para aqueles matizes do belo dia. O Carinhoso, do mestre Pixinguinha, contornava o azul da Serra do Mar. Desenhava em sons a moça sentada em baixo da árvore, o moleque correndo atrás da bola, o avozinho embalando a neta, a noiva sentada no balanço. Tudo ali fazia sentido para os sentidos.
Desde o aroma dos quitutes de Mestre Mauro ao perfume dos doces de comer também com os olhos, da Mestra Eliane. Ela buscou aprimoramento para eles, nas montanhas da Suíça. Agora, os divinos doces estavam ali entre orquídeas, ao pé da serra, no meio da Mata Atlântica que parece ser o seu verdadeiro lugar. A Música do Antonio e seus companheiros brindavam os ouvidos com pura harmonia... Aquela música não poderia ser mais prazerosa no acompanhamento do dia. Um deleite.
Creio que os gringos amam fazer casamento num dia assim: lindo, ao ar livre, para estarem, literalmente, em comunhão com a natureza e, nós, donos desta exuberância toda teimamos em ficar debaixo do teto. Está era a minha mais feliz constatação deste domingo. Uma festa assim é um verdadeiro presente para todos os presentes. Parabéns ao casal.
Convidadas engalanadas faziam bonito se protegendo do sol de raios ultravioletas com chapéus para a propícia estação. Assim como a mata estava enfeita pela cor do momento, as damas, algumas madrinhas e convidadas, além dos detalhes da decoração se inspiraram nas cores mescladas da bela árvore nativa. Lilás, roxo, violeta, branco, rosa emprestavam o tom da festa.
As orquídeas, as rosas, os lírios, delicadas ninféias aéreas, eram os personagens principais da decoração viva. Perfumada.
A cenógrafa Mary Neide, da Orange Decorações, levantou confortáveis e ventiladas tendas ao redor da mansão dos Zella, onde Vamir e Adriana puderam , concretizar um sonho de muitos anos: Casar como manda o figurino cristão e a cartilha dos românticos e enamorados. Dos sonhos sonhados por doces princesas ou ousadas heroínas da Fé...
A amiga Mary Neide confidenciou que ela e a noiva acalentaram a realização do “Sonho do Casamento da Adriana” ao longo de muitos anos. Coisa de seis ou sete anos. Foram construindo a festa, sonhando.
A noiva, confesso, desenhou-se com o perfil das grandes mulheres da Bíblia. Cuja beleza e força estão na aplicação da justiça, até mesmo, em mínimos detalhes. A preocupação e carinho dela para com cada convidado permitiu esta leitura.
Num certo momento o olhar da noiva me emocionou e senti que fiz uma foto-revelação. Ali, ao lado do seu noivo, ela olha em frente. Para um horizonte longínquo. O seu olhar está boiando lá no futuro. Num lugar para onde os visionários e confiantes costumam buscar inspiração.
Além do sonho do casamento, de consolidar a base da família ela deseja, junto com o marido, empreender outros sonhos onde ela, confessa, vai se preparar e aprender para ser uma anfitriã de primeira qualidade, inclusive para os parnanguaras e convidados... São sementes sonhadas. Aquela foto me comove porque Adriana olha para um tempo onde, só ele diz...
O tempo dirá... Aquilo que Deus abençoa!