quinta-feira, 14 de maio de 2009


A SONHADA FESTA DE 100 ANOS DA DONA ZENIRA LOURENÇO.

Não dava para acreditar. Aquela senhorinha ficou na comemoração dos seus respeitáveis, quase 37 mil dias de vida, até o final da festa. Eram mais de 4 horas da manhã, quando Dona Zenira subiu ao palco e cantou junto com a banda Contradição. Imaginem. Lamentavelmente eu já tinha ido embora e perdi o melhor momento. Eu, depois de mais de mil fotos e, a bateria da máquina entregamos os pontos. Dona Zenira, não!
Ela estava no meio do samba, no ritmo do coração. Como amante do samba, dona Zenira estava no compasso que lhe acompanhou vida afora. Roberto Carlos e o samba foram trilha sonora da vida e da sua festa. Animadíssima, por sinal.
Aliás, dona Zenira, no retrato de recepção do Clube Olímpico, com uma rosa encarnada na alva cabeleira, lembrava brejeira que “... as rosas não falam, apenas exalam o perfume que roubam ti... lembrava Cartola, Dona Zica, Nelson do Cavaquinho, Beth Carvalho, Mangueira, Clementina de Jesus.
Como dizia um recadinho promocional encontrado em profusão no meio dos mimos: Para que beleza? Beleza para refletir no espelho para contagiar, agir e transformar...em todos os lugares, em todos os olhares, por onde você passar...”
Durante os depoimentos gravados, nas lembranças de ocasião, entre abraços de encontros e reencontros, ouvia-se sobre a beleza especial que a dona Zenira tem, com a graça de Deus! É gente da melhor qualidade. Acolhedora. Além dos oito filhos de sangue teve outros quatro, do coração... Que se transformaram em 115 pessoas que fazem parte do seu clã que junto, com amigos, somaram 300 convidados. Os vizinhos da vida.
Chegar aos cem anos, com saúde e disposição é o sonho da humanidade. Ela, a aniversariante, está cumprindo com graça. Nos últimos tempos dona Zenira não pensava noutra coisa senão na sua festa centenária. Confidenciaram-me que nas duas últimas semanas não saiu de casa para não se resfriar e poder estar – como esteve – uma anfitriã à altura do acontecimento.
Deixamos de encontrá-la, de fato, no centro comercial, nas festas, na Pernambucana e nas ruas de Paranaguá, de braço dado com um ser amado (Só para rimar)!
A neta, Danielle Cunha Pizzato, foi a orquestradora da super produção. Super, porque cada detalhe foi sonhado, pensado, buscado, construído... 32 membros se responsabilizaram pela viabilidade financeira. Detalhes para a homenagem requisitaram criatividade e dedicação para agradar a grande família. Embora soubesse que dificilmente conseguiria agradar a todos, Danielle estava feliz e recompensada porque o grande objetivo foi conquistado: Uma confraternização familiar marcada pela alegria. A alegria de cada familiar se reconhecer pertencente ou agregado a uma origem tão valorosa. De saber que faz parte de um DNH de bons resultados. De gente honesta e feliz.
Danielle marcou os cem anos da avó com um trabalho de mídia que ficará como memória na grande família iniciada por Zenira e Thomas. Vídeos, fotos, texto, o rascunho de um livro...foram resultados de garimpagem entre a família.
Para saber identificar os passos de uma preparação complexa como foi a comemoração, Danielle fez questão de buscar um curso de cerimonial no Senac e descobriu uma profissão apaixonante fazendo gente feliz. E, por falar em fazer, gente feliz...
Interpretar o sonho de alguém que chega feliz aos 100 anos fez a Mary Neide e sua equipe construírem um cenário em tons azuis - (celeste e Royal) - com muito branco, cores prediletas da aniversariante. A flor - a hortência azul - recebeu status de rainha das flores da festa em homenagem à romântica dona Zenira que ama a delicada flor.
Nos azuis a juventude e a maturidade se mesclaram em harmonia por todos os cantos. No branco, a paz e a pureza foram guarnecidas de muitas flores brancas. Singeleza e simplicidade resultaram na elegância que ficou sendo a assinatura da festa. Mais uma interpretação pontual da Mary Neide que revela e embala com carinho o sonho festejado.
Zenira é uma mulher pequena. No entanto estava gigante sobre os seus 100 anos e feliz com a alegria das “crianças” ao derredor que pularam carnaval até quase as cinco, da madrugada. É engraçado e curioso, mas, a netinha mais velha da Dona Zenira tem 54 aninhos.
Dono Zenira ficou junto, no palco e na poltrona, homenageada e paparicada, pelo séqüito de fãs. Quando um flash estourava, ela, vaidosa se mostrava. Vitoriosa com a vida que Deus lhe deu.
No início da madrugada o hino do seriado da Globo, convocou a Grande Família para festejar a matriarca. Todos ali, de alguma forma sentiram-se convidados pelo sangue ou pelas afinidades a cantaram com orgulho ”... eu também sou dessa família...”
A festa da dona Zenira foi uma festa sonhada por muitos. Não foi um sonho.
Aconteceu!!!