terça-feira, 14 de julho de 2009

CELSINHO LÜCK

Já que estamos falando de artistas, o nosso querido conterrâneo está muito feliz e, nós que o admiramos, também. Em breve, Celsinho estará nos brindando com um livro de fotografias e textos, aprovado pela Lei Rouanet, que vai divulgar a nossa cidade com esmero, muita poesia e beleza. Digno de uma cidade com tanta história e maravilhas naturais como a nossa.
O trabalho do artista recebeu o incentivo do TCP e da Unimed e, de tão bom que está, deixou patrocinadores, literalmente, a ver navios. Num suspiro, ou melhor, numa olhadinha, a cota de patrocinadores acabou. Isto por si só já é uma garantia da qualidade da obra que a nossa querida Paranaguá estará recebendo.
Lück continua sendo o mesmo garoto prodígio de olhar atento e foco engajado. Um menino que sobressaiu na época do rock e no auge da cultura americanizada fazendo exatamente aquilo que os demais deixavam para trás: destacou a nossa cultura popular com o seu premiado filme sobre o Mané da Paz, um feitor de instrumentos do nosso fandango.
Agora ele ressurge com este livro, que será mais um legítimo tributo à Paranaguá, que anda tão desgastada e carente. Celsinho virá para oferecer uma nova visão do território aos seus quase 160 mil habitantes, elevando a nossa auto-estima e contribuindo para a divulgação das nossas potencialidades turísticas e, especialmente, mostrando o olhar certeiro de um artista que tem o coração na retina.

ATENÇÃO, ARTISTAS PLÁSTICOS PARNANGUARAS!

Para a minha feliz surpresa, dia destes recebi um telefonema da amiga, Andréa Paula, que reside em Toronto, no Canadá. Andréa é uma legitima “bagrinha”, como ela própria de intitula, com muito orgulho. Filha do sr. Jorge e dona Elide Maccagi, esta parnanguarinha está circulando com desenvoltura no mundo das artes do hemisfério norte.
Entre seus contatos diretos estão Bill e Melinda Gates só para se ter uma idéia. O casal esta contribuindo com a moça para a inauguração de uma clínica, no Brasil, para autistas com quem Andréa trabalha em arte-terapia.
Além de artista conceituada, ela tem um escritório que representa autores brasileiros e de vários outros paises, o Andréa Paula Internacional Art Office. Atualmente o escritório está se preparando para uma grande feira internacional que vai acontecer em outubro, em Nova Iorque.
Durante uma entrevista para a Globo Internacional, no programa “Planeta Brasil” – voltado para divulgação de brasileiros que cresceram fora do país – Andréa foi convidada pelo consulado brasileiro de Toronto para representação destes artistas em todas as feiras internacionais dirigidas às grandes galerias. Estes eventos têm o aval da embaixada brasileira.
A razão de a Andréa ter me ligado é o desejo de representar artistas parnanguaras. Disse-me que não se conformava em ter inúmeros artistas internacionais e nenhum Bagrinho no seu rol. Fica aqui a dica para aqueles que se interessarem em fazer carreira no exterior. Quem quiser, passa um e-mail para a Andréa no ap.br@rogers.com e combina a questão.
http://www.sempalavras.com.br/site/galerias/108

terça-feira, 7 de julho de 2009

O SHOW PRECISA CONTINUAR

Liguei e olhei para a televisão e vi a imagem do Michael Jackson de braços abertos. Embora a cena remetia à crucificação, Michael, sorria feliz, completo... No palco, um dos irmãos cantava emocionado a música predileta dele – melosa e tocante como o autor - Charles Chaplim.
Uma estranheza invadiu o meu espírito. O quê significava aquilo? Os Beatles já haviam dito que eram mais populares que Cristo.
Será que vai ser um vale de lágrimas? Será que o sofrimento dele foi
tanto- Quanto?
Nunca! O ensaio do funeral estava mais para comédia do que tragédia. Muito emblemático: Será que acabou-se a era dos enterros sofridos? Até engraçado de ver milhares e milhares de fãs legítimos e os de última hora ostentando o bilhete premiado das exéquias. A alegria era contagiante. Até eu me arrependi de não ter tentado pegar o papel para guardar no meu bauzinho. Parecia que conseguir aquele ingresso histórico - para ver o enterro mais pop e retumbante do mundo – é de fato um símbolo, algo para marcar a era Jackson: a.MJ e d.MJ.
O tom do funeral estava diferente daquilo que se anunciava através dos preparativos, dos desencontros. O que eu vi foi que conseguiram fazer um ato solene, teatral e belo como convém a um tributo. Emocionante, principalmente porque foi um trabalho ou um acontecimento de resgate da imagem pública de alguém perante a humanidade ao vivo. (Não estou exagerando, não é mesmo? Afinal o mundo deveria estar interligado de cabo a rabo.)
O que vi foi um evento plasticamente lindo. Nobre e florido. Sóbrio. Comecei a gostar e, muito, daquilo que ouvia a Brooke Shields falando. Ela estava me apresentando um ser humano bonito e, creio, também desconhecido para a grande parte. A maioria de nós conhecia o outro lado da história. Aquele, que todos nós também sabemos e conhecemos neste mundo da mídia em busca de notícias sensacionalistas.
Durante as apresentações do evento, a criança Michael foi muito homenageada, projetada, paparicada e acarinhada, principalmente pela família. Depois da morte do cantor, foi uma over dose de notícias cheias de sofrimento do pequeno Jackson nas mãos do pai. Hoje, foi confortante vê-lo recebendo enfim: paz e doçura. (Lembro, nestes dias tão perversos, de Che Guevara e a sua frase, também, emblemática que nos avisava que poderíamos endurecer a luta, porém não deveríamos perder a ternura, jamais.)
Na seqüência vi e ouvi o depoimento dos filhos de Martin Luther King e foi grandioso ouvi-los falar. Os dois transmitiram a mesma ênfase e entusiasmo do pai pela humanidade.
Ser coroa tem algumas vantagens, entre elas ter ouvido o velho Luther King falando e nos contagiando. Aquele vozeirão bem entonado e claríssimo como água de fonte, o pai, nos encheu de sonhos e nos apontou direções. Foi por Martin Luther King, que tive uma das minhas primeiras discórdias com o Senhor Jesus Cristo, aos 14 anos, quando descobri a frase dele, na Bíblia, onde Ele se auto-intitulava o caminho, a verdade e a vida, e o chamei de “prepotente” sem saber que o Luther King, nada mais era do que um farol retransmitindo a luz do Mestre. Senti os jovens King fazendo o mesmo.
Eles nos apontaram o ideal do ser humano por trás de Michael - aquele que não conhecíamos - assim como não reconhecemos - muitas vezes – o humano da nossa própria casa e das esquinas da vida. Os King, com propriedade e o mesmo timbre paterno, tiraram a máscara do velho preconceito e nos fizeram questionar - afinal de contas - onde está a verdade? Aqui, em casa concordamos que é possível se relacionar amorosamente com crianças sem necessariamente rolar um segundo interesse.
Brincar ou não querer crescer é opção e, obviamente é bem melhor do que enfrentar as responsabilidades do adulto. Se pudesse também queria uma Neverland para guardar a infância que não volta jamais, como dizia o cruel e realista poeta.
Creio que depois de hoje saberemos a extensão do poder da mídia ( e do espetáculo) na mudança de conceitos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Revivendo...


Os dias seguem o curso sob o sol. Do nada, se faz o riso ou o pranto. Por mais que me custe admitir Michael Jackson faz parte da minha vida. Sem dúvidas, a minha geração viu um imenso espelho midiático ser criado. De repente, todos, estávamos ligados na morte de Michael Jackson. Por mais que não estivesse a fim de evocar tristezas, fazer balanço, separar joio do trigo...fiquei comovida.
Creio, no fundo, não quis foi ver como resultou o mito e o que sobrou do frágil ser humano que nos representa por amostragem.
Optei em não ficar grudada na televisão, porém não pude deixar de ouvir o que se cantava e falava naquele dia 26, com sabor de nostalgia. Uma conexão intensa e emotiva me capturou.
Pude perceber, dos meus 57 anos 41, foram com ele dentro da minha geração, fazendo trilha sonora das nossas vida.
A notícia foi um momento de fazer reflexões. Será que parei para pensar e sentir o significado disto tudo personificado na efêmera figura humana do mito. De fato?
Longe da vã filosofia crepuscular sou levada pelo destino a falar do melhor lado dos fatos. Como jornalista sei que tudo tem dois lados; como fotógrafa: muitos. Descobri que havia muito mais vida na morte de Michael Jackson, do que poderia imaginar.
Enquanto estava sendo dada a notícia da morte do Rei do POP fui ao SESC ouvir sobre a criação da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios. Apesar da noite fria e chuvosa, estávamos lá. Minha eterna “Melhor Amiga”, Célia Regina Pinho Schüller também estava. Ela veio de “guia” para a comadre curitibana, Betinha, abrir novas frentes para o FECOMÉRCIO em terras Carijó. Este foi a parte mágica.
No dia seguinte...
... Com Michael e Celinha voltei ao tempo. Voltei ao ontem. Fui para lá. Voltamos juntas. Voltei a perceber detalhes que já haviam sido. Esquecidos. Dentre tantas banalidades humanas e, principalmente das minhas, reconhecer o valor de um amigo verdadeiro é um bálsamo que refrigera e alimenta a alma de qualquer caminhante no meio deste gigantesco faz-de-conta de consumo e oportunismos descartáveis.





Celinha Pinho, com 1,50m - a Salário Mínimo e eu, 1,72m - a Custo de Vida, estávamos mais unidas do que nunca nestes, também, 41 anos de amizade - em parte - graças ao repertório dos Jackson Five e Michael Jackson. Com um som destes entrando pelos poros, fui selecionando cenas memoráveis do Hotel Central. Das festinhas. Da Praça Fernando Amaro. Do dancing day. Daquele cotidiano de final dos anos 60 e início dos 70, numa Paranaguá romântica.
Enquanto a Betinha mostrava as vantagens de estarmos unidas para fazer prosperar o sistema associativista, Celinha e eu, brindávamos a vida que nos unia, outra vez.
Nesse encontro, escolhemos a lembrança da partida de basquete como uma das nossas sacadas geniais: Durante os jogos de educação física, fazia escadinha para Celinha encestar. Independente das regras. Independente dos papéis. Juntas, éramos gigante. Ríamos e sabíamos que éramos felizes, sonhadoras e idealistas. Honestas!... Amigas, que aparecem de geração em geração. No momento certo. Na hora certa...
Depois de muitas décadas a Celinha veio, com toda propriedade que o amor dá, trazer uma resposta para uma das pergunta que move o mundo: Vale a pena?
Ela me contou de como a havia salvado de uma situação constrangedora que eu não lembrava. A professora estava passando um sabão daqueles porque ela não havia feito a tarefa e resolveu usá-la de mau exemplo. Celinha recordou que aquele momento foi um dos seus piores. Estava no fundo do poço, quando eu teria levantado e dito para a professora que também não havia feito o exercício.
Óh! Se foi: Que bom! Foi o melhor mau exemplo da vida.
Não lembro! Certamente foi uma escolha que eu fiz entre ficar “na minha” e expor a timidez. A recompensa veio, agora, num abraço imenso, infinito, ao som de Michael Jackson.
Forever!

(Texto mexido, inicialmente publicado na coluna Coisas de Mulher, da Folha do Litoral em 01/07/09)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A VOLTA DO ROQUINHO PAZ E AMOR?


Foi muito boa e prazerosa esta conversa com o recém empossado deputado estadual eleito pelo PSB e atualmente no PMDB de Paranaguá, Mário Manoel das Dores Roque.
Bom ouvir as palavras inteligentes de quem está dando um olé na vida. Merecidamente. Roque está voltando manso. (Serão eles - os mansos - que herdarão a terra?) Aparentemente Roque está em paz com ele e a vida. Amadurecido espiritualmente ou até mesmo: escaldado, popularmente falando.
Ele falou com a propriedade daqueles que se acreditam protegidos e agraciados por Deus. Lapidados na vida. Sabe que a sua vida daria um bom livro. De fato, ele tem ingredientes, que bem aplicados, podem render ótima leitura. Ele sabe que muito depende só dele a outra parte fica no encargo de Deus, da vida, da sorte...
Ele reconhece que na sua vida nada vem sem a luta. Sabe que tem estrela e sabe também que as suas conquistas só chegam depois da segunda tentativa. Confessou. Isto já se tornou regra. Se ele não consegue de primeira, não pendura a luva, sem uma segunda tentativa. Pelo menos. “Sou tinhoso”, ressaltou. Tanto que Roque pedia à Deus uma segunda chance para resgatar a sua história política iniciada, orgulhosamente, em sindicato e não “merecia acabar daquele jeito saindo quase como um vilão”, dizia o Roque.
Ele se esqueceu da minha presença e vai narrando as motivações, sinceros desejos de contribuir com Paranaguá e de como se fez um prefeito que revolucionou o perfil urbano da cidade. Narrava tin-tim por tin-tim. De como avançou em diversas frentes ao mesmo tempo. De como imprimiu um estilo bem assimilado pela comunidade. Porem, contudo, todavia...
Vai me contando tudo como uma grande novidade.
Durante a conversa, gostaria de avisar-lhe para pular aqueles trechos e avançarmos porque afinal estávamos ao celular... Impossível! Ele não queria me ouvir... Queria falar...
Ele me fez perceber que não estava falando para comover uma eleitora, mas, como um sincero desabafo para que eu pudesse partilhar a sua visão. Ele tem razão em muitas queixas. Tem trechos que são uma verdadeira sacanagem de estórias de traições e baixarias. “A política é a pior coisa que existe”, reconheceu.
Depois desta - quando nem túnel existia, que dirá a luz dando sinal - eis que o inesperado acontece e o Vermelho Roque ressurge imbuído de vida e graça.
A vermelha Fênix?
Não dá para deixar de reconhecer que o Roque tem uma bela Estrela. “Deus na frente”, lembra o Roque, que sabia que algo “iria acontecer para devolvendo-lhe a oportunidade de sair da política de cabeça erguida. A vida dá muitas voltas! ”
Sem mágoa, porem consciente de que estava deixando o palco à meia luz, não imaginava voltar (tão cedo) ao cenário, através de uma fatalidade viu-se na iminência e recebeu como Graça o mandato tampão.
Inicialmente, quando soube do acidente, segundo ele, pediu muito que não voltasse para a política com a morte do jovem deputado Carli Filho. Tal qual enredo de folhetim, no dia 29 de maio - dia do aniversário do Roque e depois de muito desgaste para a imagem - o deputado Carli Filho renunciou.
Creio que não seja de mau gosto dizer que houve aí um presente!
Como estava sendo esta volta? Tranqüila, respondeu o ruivo caiçara-zen. Longe das notícias, jornais, rádios, televisão o ex-prefeito de Paranaguá disse que passava seus dias na vidinha simples do interior da baia-mãe. Do jeito como gostava de ser. Longe de tudo e, principalmente longe das intrigas palacianas Longe do mundo “nojento” da política. Refletindo no destino. Repensando a vida.
A Deus pedia mais uma oportunidade para o homem público ser reconhecido por aquilo que fez. “Fui injustiçado” reclamou um Roque inconformado com o julgamento que estaria lhe cabendo na história, o de sair “como vilão” até ouvir a trágica notícia do acidente, enquanto pintava barcos em Ponta de Ubá. “O cargo tinha que ser meu” assumiu o deputado.
Desta vez o Roque não quis mandar avisar que chegou, fazer carreata e buzinaço, jantar...
Ele sabia que chegou e lhe bastou.
Dolly Polasek é jornalista e foi assessora de Comunicação Social nas gestões de prefeito Mário Roque, na Prefeitura de Paranaguá de Janeiro de 1997 até maio de 2002.

terça-feira, 9 de junho de 2009

ESTIVE NO MEIO DO BOM AMBIENTE.


Se eu pudesse mensurar o tamanho dos parabéns, digamos que seria deste “tamanhão”. Parabéns ao IBAMA, idealizador da Semana do Meio Ambiente – que está na sua quarta versão e a terceira do Aeroparque – Parabéns à Prefeitura, as suas secretarias, fundações e às empresas parnanguaras que deram um show de competência fazendo acontecer algo concreto e vantajoso em prol da comunidade de Paranaguá.
Os estudantes, talvez, foram os mais beneficiados. Aos bandos corriam prá lá e cá. Olhavam deslumbrados os microscópios, atentos assistiram apresentações de colegas. Dava gosto vê-los saciando curiosidades como os meninos de ontem: sem mause!
Ali a população colheu informação de qualidade, pode vivenciar oficinas como a do artesão Chiba, oferecida pela Fundação de Cultura, onde muitos interessados se deixaram encantar com a feitura do chapéu havaiano de folha de palmeira. Uma inacreditável obra de arte trançada com habilidade de mestre.
Durante quatro dias o Aeroparque se transformou num belo espaço apropriado de lazer, entretenimento, cultura, educação e movimento, destinado à reflexão, saúde e qualidade de vida. Além das confraternizações entre expositores e visitantes, havia o brinde que sempre traz alegria, por mais bobinhos que possam parecer. Ali na feira, como é praxe em eventos deste gênero, os brindes são pequenos mimos com ótimos resultados no acolhimento aos visitantes. Principalmente se as mulheres ganharem flores e mudinhas de plantas.
Trouxe muda de palmito para reflorestar o meu quintal e um cheirinho aconchegante da fibra de bananeira transformada em refinado artesanato local.
Tenho acompanhado a feira e está notório o seu crescimento através da comunicação visual, da organização, do empenho de todos. O colorido e a comunicação imediato dos banneres, a população passeando, tudo isto fizeram a festa do Sempalavras que mais uma vez registrou os bons momentos da comunidade.
É gratificante reconhecer resultados semeados há muito tempo e sentir Paranaguá se revestindo de atualizações. A feira está dizendo que veio para ficar e a cada ano estará melhor. A participação do Grupo Cultural e Social “Very Good”, uniu forças numa mesma direção com arte, cultura e reciclagem e principalmente, dando dignidade aos catadores e seus familiares. A festa também foi para eles.
A Feira do Meio-Ambiente foi uma vitrine daquilo que Paranaguá está buscando com qualidade e criatividades para estar no meio do mais rico e paparicado patrimônio vegetal: A Mata Atlântica.
Os veteranos do meio-ambiente feito os técnicos do IBAMA, IAP, EMATER estavam orgulhosos. Com razão. A profissional Mary Neide, da Orange Decorações idem,idem com aspinhas - feliz com os resultados do seu trabalho em estandes como o da Petrobrás, Cargil, Fospar, Pasa, Mosaic que trazem referências das suas metropolitanas matrizes, empregando e/ou oferecendo recursos, talentos, trabalho e serviços para a comunidade local. Este é o melhor exemplo de incrementar e cuidar do meio ambiente, numa semana dedicada a ele. Estou dizendo: Paranaguá está no caminho da evolução estética e, tomara: ética.
O prefeito José Baka Filho também estava colhendo e divulgando algumas conquistas antigas da área. Ali no Aeroparque ele anunciou a criação do Parque do Guará e do PAC Ambiental de Paranaguá, que vai cuidar de grandes obras no setor. O lacre definitivo do “lixão” do Embucuí é uma delas – com processo iniciado quando Baka era o secretário de Meio Ambiente, da gestão Carlos Tortato. O plantio de milhares de árvores na cidade é outro, digamos, projeto inspirado ou, um desdobramento iniciado também quando Baka estava à frente da SEMA, com a Festa da Vida. Há 15 anos atrás.
É perceptível a sensibilidade que o prefeito tem para a causa. As jaqueiras seculares no meio da rua Samuel Pires de Melo, estão ali porque o Baka fincou pé assim como ele, literalmente, fincou de volta o pé de tamarineira que um vento derrubou no Mercado. A tamarineira também era secular e fez muito homem grandão chorar quando a viram estirada de raízinhas para o alto. Os chorões não conseguiam aceitar que a silenciosa testemunha parnanguara tinha se acabado. Ainda bem que o Baka, também, não acreditou.
Cada vez que passo por ali, mesmo não querendo, lembro do Baka idealista que fez a árvore brotar. A placa de bronze foi a atitude que ficou. Vingou. Assim como a Feira do Meio-Ambiente também está sobrevivendo, com garra, pela união em torno dela. Elementar, caro Watson!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Lílian Picanço, uma mulher como poucas...


...Esta mulher dá gosto de chamá-la conterrânea. A Lílian é porreta!!! Desculpem a falta de rococó que, aliás, não é muito do feitio da personagem. Porem, certamente, Paranaguá também sente muito orgulho de tê-la como filha. Porque, por onde passa a Lílian fala que é de Paranaguá. Só está faltando ir ao Jô. Taí, vamos providenciar a pauta para a produção do Jô. A Lílian dá pauta certa, principalmente, se ela me permitir contar os dribles que deu para convencer que era uma boa guerreira.
Vai ser de rolar de rir o Jô interpretando “as coisas de Paranaguá”.
O tempo todo ela dizia para as autoridades constituídas o que queria e sabia onde chegar, mas não lhe davam ouvidos. Até que um dia o prefeito Mário Roque, colocado entre a cruz e a caldeirinha, às cinco de la matina, pela dona Lílian - que foi até a garagem da prefeitura exigir uma audiência – fez o Roque acordar para Jesus.
Depois desta, o prefeito Roque ficou convencido que aquela mulher sabia o quê queria. Percebeu, que ela não era de desistir. No mínimo, era uma teimosa como ele.
Tanto é que ela fez o GAPER ser uma referência nacional. Primeiro, foi um exemplo que o próprio Ministério da Saúde usou. A ong GAPER salva vidas melhorando a qualidade das vidas de crianças e jovens parnanguaras.
Quem tem ou convive com asmático (sinceramente, não sei se é politicamente correto usar o termo depois de tantas expressões éticas novas, tipo o quilométrico afro-descendente...) sabe a dor que é não poder fazer nada para minimizar o sofrimento do outro. A Lílian não deixou por menos: para ajudar o filho Cacá, ela mobilizou mundos e com a sua liderança e disposição fez Acontecer.
O GAPER é uma realidade materializada através do sonho de uma mãe que resolveu enfrentar o caminho das pedras, dos paus e galhos e foi buscar ajuda de qualidade - baseada na informação - para o filho dela e de todas outras mães daqui. Agora, penso que a experiência revelada em Paranaguá já está sendo usada em outros cantos brasileiros.
E, não é só isto: O GAPER saí na frente outra vez, unindo a educação e a saúde. Em agosto, está previsto, um evento para anunciar o projeto pioneiro feito em parceria com a UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Dezesseis escolas estaduais têm professoras fazendo o curso de extensão de Qualificação da Educação em Saúde, assim como alunas do magistério que já estão se capacitando para identificar o problema quando entrarem em sala de aula.
Estas dezesseis escolas estarão dando exemplo para a rede nacional. Quem sabe o exemplar ensino integral daqui passe a fazer educação em Saúde?
É ou não, é para comemorarmos uma parnanguara feito a Lílian?
Porém pelo que ela me confidenciou em off a sua luta continua mas, como ela não desiste, Paranaguá, suas crianças e jovens podem cada vez mais sonhar com uma vida saudável de qualidade, igual a de todos. No GAPER eles aprendem que podem correr, tomar sorvete entre, outras coisas bem mais importante para pais e filhos.
Como disse a própria Lílian no último encontro do dia 1º: “O conhecimento ninguém vai poder tirar”. Vi professoras empolgadas por participar de uma proposta educacional inédita. Parabéns para a Lílian, equipe e os parceiros da UFPR. Paranaguá está se sobressaindo pela competência de uma mulher que ousou ser ousada. Se é que vocês me entendem!

PARANAGUÁ ESTAVA CAMBALEADA AGORA, ENFIM, TOMBADA...


Durante o terceiro café da manhã do prefeito José Baka Filho, com a imprensa realizada no último dia 25, ele queixou-se com razão – pelo menos ao que nos cabe – do pouco caso da mídia local na divulgação do Tombamento Histórico Nacional, do município.
Realmente é um acontecimento que merece ser comemorado, pois lá se vão mais de 20 anos de luta por parte de profissionais do setor, apaixonados pela cultura e autoridades para que Paranaguá conseguisse o título e o reconhecimento como uma importante Cidade Histórica Brasileira.
O significado desta ação são benefícios para o município e para os cidadãos, principalmente aos proprietários de imóveis históricos que vão poder contar com empréstimos da CEF para a conservação dos respectivos. Entre outros fatores.
No final dos anos 80, quando retornamos à cidade, fiz parte do S.O.S Paranaguá, um movimento desencadeado por parnanguaras residentes em Curitiba, que sofriam ao ver o descaso com o nosso patrimônio. O asfalto cobria os paralelepípedos, casarões eram demolidos à torta e direita, sem um pingo de bom senso e noção dos seus significados e, principalmente dos seus valores para a nossa memória, cultura e a economia, como um dos maiores produtos turísticos que tínhamos a oferecer. Aliás, este é o nosso grande diferencial perante as demais cidades, porque temos um dos melhores conjuntos históricos do Sul do país.
Os imóveis eram considerados um empecilho, uma velharia que deveria “tombar” na calada da noite, em nome de uma mentalidade atrasada e da falta de visão dos seus proprietários.
Entre os pioneiros da luta do S.O.S, estavam as irmãs Nora e Sônia Gutierrez, artistas plásticas que baseiam os seus trabalhos em nossa cultura e Maria Adelaide (Daide) Correia, além do especialista José de La Pastina, atual superintendente da 10ª Regional do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Natural que teve a honra de nós trazer a boa notícia.
Por uma questão de justiça histórica quero aqui lembrar o ex-prefeito Carlos Tortato que deu a arrancada para a implantação da revitalização do Centro Histórico, junto com a sua secretária de Obras, a engenheira Maria José Marcondes, trazendo de Curitiba o arquiteto Luiz Marcelo Bertoli de Mattos, especialista em Patrimônio Histórico. Ele veio ser o responsável técnico e implantar o processo, mudar mentalidades e “fazer” cumprir a Lei.
De figura frágil, o arquiteto soube se impor como o mais bravo de todos os guerreiros contra os cegos e incultos brutamontes que não admitiam “ingerência pública” em suas propriedades.
Bertoli, com aval e apoio de Tortato, Rosina Perchen (responsável do Estado) e La Pastina fez um excelente e memorável trabalho que desembocou no Tombamento ora festejado.
Para retratar o cenário da ocasião e os resultados positivos da sua perseverança, lembro quando um empresário local chegou a promover um protesto contra tal “ingerência”, colocando os seus funcionários na rua, com cartazes, para reclamar da postura da prefeitura a favor da “nova” filosofia. Pouquíssimo tempo depois, o mesmo empresário – este, mostrando ser realmente um homem de visão – tornou-se também um admirador e defensor da causa até hoje.
Na seqüência, veio o prefeito Mário Roque que impulsionou o trabalho e fez valer, na prática os resultados positivos da revitalização, restaurando as primeiras casas como a Elfrida Lobo, a Casa Cecy, o Solar da Matriz, a Casa da Cultura, a desapropriação da Casa Veiga, hoje, Teatro Raquel Costa, entre outras intervenções urbanas importantes como a restauração da rua General Carneiro, a Praça de Eventos, a Praça Rosa de Andrade e a proibição do tráfego dos caminhões pesados para não danificar as preciosas edificações.
Agora sim, a comunidade já poderia avaliar o significado e o valor que nós tínhamos e muita coisa mudou de lá para cá.
O prefeito Baka chegou com o propósito de incrementar o processo e retirou o asfalto da rua Faria Sobrinho e está reformando o Solar Dacheux para ser, possivelmente, a Casa da Memória. Ele também está desapropriando o Clube Republicano.
Como dizia Jesus da Galiléia: “Daí a César o quê é de César” e o nosso reconhecimento aos três prefeitos e ao arquiteto Luiz Marcelo que foi o fiel condutor do melhor e maior tombamento que por aqui aconteceu.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O CASAMENTO DO ANO E O NAZARENO


A crônica de hoje, começa pelo título, porque não resisti ao trocadilho e a percepção do evento.
Na realidade trata-se do casamento da Anna Maria e do Nazareno. Ela, filha de Karina e Edgar Ragonha e ele, de Virgínia e Nazareno Pioli. E, não por acaso, foi uma festa para ser lembrada por todos aqueles que ali estiveram por muito e muito tempo. Todos: noivos, familiares, amigos, convidados e o staff foram agraciados pela belíssima oportunidade.
Foi uma festa balizada pelo requinte construído pela produtora Regina Lúcia Corrêa, da JAR Eventos, que acompanhou cada detalhe - desenvolvido por diversos profissionais daqui e de Curitiba - com a maestria do equilibrista.
O pastor Nilo, enquanto abençoava o casamento falou do primeiro milagre de Jesus, feito justamente num casamento, quando faltou o vinho e a Sua mãe, Maria, pediu para que Ele “providenciasse” e permitisse, assim, a festa continuar com alegria. “Falta que certamente não ocorrerá aqui”, observou pontualmente o sacerdote.
Um fato! A recepção foi tradução da fartura e do bom gosto, em todos os sentidos. Representados, ali, em refinados sabores, belíssimas flores naturais, músicas de embalar corpo e alma, cristais para acarinhar o tato. O luxo e a ostentação estavam na qualidade. Apenas ali.
Simplesmente, chique - para usar o termo que durante décadas retratou a elegância e a sofisticação - foi a síntese do casamento da Anna e do Nazareno.
O contraste entre o cenário e o figurino da noiva deu o tom e reforçou o espírito do acontecimento. Enquanto a moldura estava mais para o clássico, a noiva posava a sua contemporaneidade apenas com o branco, a renda e as orquídeas. Toda a sua beleza despojada emanava do seu porte, da juventude e, óbvio, da alegria do amor.
O melhor e mais poderoso ingrediente de qualquer felicidade.
Certamente, nada de material faltou naquela noite de sábado. Também não faltaram os demais ingredientes que fizeram o casamento ser A festa, tais como a paz, o partilhar, a confraternização, os encontros, satisfações... e, tantas outras qualidades que o Nazareno Jesus, deixa por onde passar.
Quando convidado, a festa da construção de uma nova família deve ser uma das Suas festas prediletas...
Embora, Regina Lúcia, estivesse com problemas pessoais graves, soube ser uma profissional comprometida não deixando que nada empanasse o brilho do casamento que prometia ser, e foi, deveras marcante.

quinta-feira, 14 de maio de 2009


A SONHADA FESTA DE 100 ANOS DA DONA ZENIRA LOURENÇO.

Não dava para acreditar. Aquela senhorinha ficou na comemoração dos seus respeitáveis, quase 37 mil dias de vida, até o final da festa. Eram mais de 4 horas da manhã, quando Dona Zenira subiu ao palco e cantou junto com a banda Contradição. Imaginem. Lamentavelmente eu já tinha ido embora e perdi o melhor momento. Eu, depois de mais de mil fotos e, a bateria da máquina entregamos os pontos. Dona Zenira, não!
Ela estava no meio do samba, no ritmo do coração. Como amante do samba, dona Zenira estava no compasso que lhe acompanhou vida afora. Roberto Carlos e o samba foram trilha sonora da vida e da sua festa. Animadíssima, por sinal.
Aliás, dona Zenira, no retrato de recepção do Clube Olímpico, com uma rosa encarnada na alva cabeleira, lembrava brejeira que “... as rosas não falam, apenas exalam o perfume que roubam ti... lembrava Cartola, Dona Zica, Nelson do Cavaquinho, Beth Carvalho, Mangueira, Clementina de Jesus.
Como dizia um recadinho promocional encontrado em profusão no meio dos mimos: Para que beleza? Beleza para refletir no espelho para contagiar, agir e transformar...em todos os lugares, em todos os olhares, por onde você passar...”
Durante os depoimentos gravados, nas lembranças de ocasião, entre abraços de encontros e reencontros, ouvia-se sobre a beleza especial que a dona Zenira tem, com a graça de Deus! É gente da melhor qualidade. Acolhedora. Além dos oito filhos de sangue teve outros quatro, do coração... Que se transformaram em 115 pessoas que fazem parte do seu clã que junto, com amigos, somaram 300 convidados. Os vizinhos da vida.
Chegar aos cem anos, com saúde e disposição é o sonho da humanidade. Ela, a aniversariante, está cumprindo com graça. Nos últimos tempos dona Zenira não pensava noutra coisa senão na sua festa centenária. Confidenciaram-me que nas duas últimas semanas não saiu de casa para não se resfriar e poder estar – como esteve – uma anfitriã à altura do acontecimento.
Deixamos de encontrá-la, de fato, no centro comercial, nas festas, na Pernambucana e nas ruas de Paranaguá, de braço dado com um ser amado (Só para rimar)!
A neta, Danielle Cunha Pizzato, foi a orquestradora da super produção. Super, porque cada detalhe foi sonhado, pensado, buscado, construído... 32 membros se responsabilizaram pela viabilidade financeira. Detalhes para a homenagem requisitaram criatividade e dedicação para agradar a grande família. Embora soubesse que dificilmente conseguiria agradar a todos, Danielle estava feliz e recompensada porque o grande objetivo foi conquistado: Uma confraternização familiar marcada pela alegria. A alegria de cada familiar se reconhecer pertencente ou agregado a uma origem tão valorosa. De saber que faz parte de um DNH de bons resultados. De gente honesta e feliz.
Danielle marcou os cem anos da avó com um trabalho de mídia que ficará como memória na grande família iniciada por Zenira e Thomas. Vídeos, fotos, texto, o rascunho de um livro...foram resultados de garimpagem entre a família.
Para saber identificar os passos de uma preparação complexa como foi a comemoração, Danielle fez questão de buscar um curso de cerimonial no Senac e descobriu uma profissão apaixonante fazendo gente feliz. E, por falar em fazer, gente feliz...
Interpretar o sonho de alguém que chega feliz aos 100 anos fez a Mary Neide e sua equipe construírem um cenário em tons azuis - (celeste e Royal) - com muito branco, cores prediletas da aniversariante. A flor - a hortência azul - recebeu status de rainha das flores da festa em homenagem à romântica dona Zenira que ama a delicada flor.
Nos azuis a juventude e a maturidade se mesclaram em harmonia por todos os cantos. No branco, a paz e a pureza foram guarnecidas de muitas flores brancas. Singeleza e simplicidade resultaram na elegância que ficou sendo a assinatura da festa. Mais uma interpretação pontual da Mary Neide que revela e embala com carinho o sonho festejado.
Zenira é uma mulher pequena. No entanto estava gigante sobre os seus 100 anos e feliz com a alegria das “crianças” ao derredor que pularam carnaval até quase as cinco, da madrugada. É engraçado e curioso, mas, a netinha mais velha da Dona Zenira tem 54 aninhos.
Dono Zenira ficou junto, no palco e na poltrona, homenageada e paparicada, pelo séqüito de fãs. Quando um flash estourava, ela, vaidosa se mostrava. Vitoriosa com a vida que Deus lhe deu.
No início da madrugada o hino do seriado da Globo, convocou a Grande Família para festejar a matriarca. Todos ali, de alguma forma sentiram-se convidados pelo sangue ou pelas afinidades a cantaram com orgulho ”... eu também sou dessa família...”
A festa da dona Zenira foi uma festa sonhada por muitos. Não foi um sonho.
Aconteceu!!!